Flexibilidade
Capacidade motora que permite executar movimentos de grande amplitude, através da elastecidade muscular e da mobilidade articular.
- Flexibilidade geral - relativa aos sistemas articulares;
- Flexibilidade específica - relativa a determinada articulação;
- Flexibilidade ativa - sem ajuda;
- Flexibilidade passiva - com ajuda;
- Flexibilidade dinâmica - com movimento;
- Flexibilidade estática - sem movimento.
Fases sensíveis:
No escalão etário das 6-10 anos, a flexibilidade é muito acentuada, devendo ser privilegiada a flexibilidade geral. Todas as modalidades que exigem grandes amplitudes articulares obrigam a uma exercitação da flexibilidade específica em idades muito jovens (a partir dos 6 anos).
Métodos de treino
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Método estático - baseia-se na manutenção do alongamento durante certo tempo, associado à noção de contracção isométrica, controlada, suave, e ao alongamento lento.
Argumentos que suportam o método Estático:
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Requer menor dispêndio de energia;
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Menor fadiga muscular;
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Pode desempenhar papel importante na recuperação do stress muscular;
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A flexibilidade estática só é desenvolvida com o método estático.
Argumentos contra o método Estático:
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Mais saturante e monótono;
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Exige mais tempo de aplicação;
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Deve ser praticado de forma exclusiva (em prejuízo dos exercícios dinâmicos);
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Limitação pela elasticidade dos antagonistas.
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Método Dinâmico - estes exercícios pressupõem movimentos ritmados — "balanços", "insistências". No entanto este tipo de treino é de difícil avaliação.
Argumentos que suportam o Método Dinâmico:
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Apela ao espírito de equipa;
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Fácil de associar a um sentido rítmico (cadência);
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Mais específico;
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Permite desenvolver a flexibilidade dinâmica;
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Menos saturante;
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Tem-se mostrado eficaz.
Argumentos contra o método dinâmico:
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Menores ganhos de adaptação (dado a rapidez com que o movimento é efectuado, não permite exposição a estímulo suficiente para provocar adaptação);
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Risco de lesão, em resultado de grandes momentos angulares incontrolados;
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Contracção reflexa como resposta ao estiramento repentino, dificulta o alongamento;
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Consomem mais energia do que os estáticos.
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Método PNF (Facilitação Proprioceptiva Neuromuscular) - este método utiliza os reflexos miotáticos (proprioceptivos) em nosso benefício, utilizando-os como facilitadores do desenvolvimento da flexibilidade. Consiste no seguinte: realizamos o movimento escolhido até próximo do nosso limite de amplitude (sem chegar a sentir dor). Nesse momento, com a ajuda de um parceiro que impede o movimento, realiza-se uma contração isométrica máxima dos músculos antagonistas (no sentido contrário ao estiramento pretendido). Essa contração é mantida durante 5-6 segundos com a oposição do ajudante. Seguidamente, relaxa-se e o ajudante força mais um pouco o limite da amplitude (por um período de 20-30 segundos). Após um repouso de cerca de 60 segundos, repete-se o exercício até 3 vezes.
Como é que este método aproveita os reflexos?
A contração isométrica dos antagonistas provoca a distensão do tendão e a estimulação do OTG, que desencadeia o seu posterior relaxamento, e assim contribui para a facilitação do estiramento muscular. Por outro lado a contração dos músculos evita a estimulação precoce do Fuso Neuromuscular que, de outra forma, iria dificultar o estiramento.
Como é que devemos organizar o treino da flexibilidade?
O momento mais adequado para realizar o Treino de Flexibilidade é após o aquecimento e não no final das sessões de treino. A sensação dolorosa habitual nos estiramentos deve ser controlada, interrompendo-se uma execução sempre que a dor seja "anormal". Se a dor persistir após o treino, devemos interromper o treino de flexibilidade da zona afetada por alguns dias. Não devemos realizar o treino de flexibilidade imediatamente antes de uma sessão intensa de treino de força ou de uma competição, devido ao risco de lesão